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MITOS & VERDADES

A ginecologista e especialista em reprodução humana Denise Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), comenta quais são os cuidados que a mulher deve ter desde a adolescência para garantir uma vida reprodutiva saudável.

– Tomar pílula anticoncepcional, mesmo por longos períodos, não interfere nas chances de uma futura gravidez.

– É necessário tratar todos os corrimentos, pois eles podem indicar inflamações pélvicas que inviabilizam a gravidez.

– Adolescentes devem usar preservativos durante toda a vida sexual. Algumas doenças são assintomáticas, mas podem provocar obstrução das tubas.

Abortos também diminuem as oportunidades de gestações, sobretudo pela grande exposição a infecções.

Alguns Mitos sobre a Infertilidade

  1. A Infertilidade é um problema da mulher

Este mito,apesar de existir há séculos, ainda perdura nos dias de hoje. A mulher ao longo da história sempre foi “o bode expiatório” para os problemas de concepção.

Actualmente sabe-se que no que diz respeito à infertilidade, aproximadamente 40 % dos problemas derivam das mulheres, 40% dos homens e os restantes 20% devem-se a ambos os elementos do casal ou a factores desconhecidos.

Causas para a infertilidade masculina incluem:

  • anomalias congénitas nos testículos
  • ausência da produção de espermatozóides
  • produção de um baixo número de espermatozóides
  • Deficiência na mobilidade dos espermatozóides

Causas para a infertilidade feminina incluem:

  • Ausência de produção de oócitos ou da ocorrência da ovulação
  • obstrução/alteração das trompas
  • Infecções das vias genitais
  • muco cervical desfavorável ao movimento dos espermatozóides

2.  A Maioria das pessoas engravida com muita facilidade

A infertilidade é um problema que, só nos Estados Unidos, afecta 7,3 milhões de pessoas. Em Portugal, 9 a 10 % dos casais são inférteis. A Infertilidade é a incapacidade de conceber um bebé no espaço de um ano de prática de relações sexuais desprotegidas, e afecta um em cada seis casais.

3  . A infertilidade é psicológica. Se as pessoas relaxarem, vão conseguir engravidar.

A Infertilidade é um problema de saúde a nível do sistema reprodutor. Causas externas como  o stress, podem influenciar negativamente a fertilidade, mas nao causam a sua perda. Aconselhar casais a descansar e relaxar não os ajuda, pelo contrário.

4. A única solução eticamente correcta para a infertilidade é a adopção. É muito mais barata que os tratamentos para a infertilidade e é egoísmo recorrer a tal , quando há tantas crianças necessitadas.

A necessidade biológica de conceber por vezes é muito forte e os processos de adopção actualmente consomem muito tempo, dinheiro e podem ser emocionalmente desgastantes. Por isso, estes tratamentos são cada vez mais aliciantes e menos invasivos psicologicamente.

5. Os tratamentos de infertilidade resultam sempre em gravidezes múltiplas

A maioria dos tratamentos de infertilidade resultam na concepção de um único bebé saudável, contudo, um efeito secundário de um tratamento de infertilidade é, de facto, a ocorrência de gravidezes múltiplas.

O risco de ocorrer gravidezes múltiplas varia consoante o tratamento adoptado e tal situação deve ser discutida com o médico. Por exemplo, inseminações intra-uterinas e fertilizações in-vitro são tratamentos que potenciam a formação de mais do que um embrião, levando ao nascimento de vários bebés.

6.  Pessoas que conceberam no passado, não terão problemas de infertilidade no futuro

De acordo com alguns estudos feitos, mais de um milhão de casais vivencia uma “infertilidade secundária”. Por exemplo, um elemento que é fértil pode tentar conceber novamente com outro parceiro, ou um parceiro de uma relação pode ter desenvolvido um problema de infetilidade desde que conceberam o útlimo filho ( por exemplo, endometriose, obstrução de trompas, diminuição do número de espermatozóides). Outros factores podem envolver a idade, exposição a factores externos (tabaco, radiações) ou alterações hormonais.

9. Os tratamentos de infertilidade requerem tecnologias muito avançadas

A maioria destes tratamentos baseia-se em terapias convencionais, como por exmplo, recurso a medicação ou cirurgia com o objectivo de corrigir algum órgão reprodutor. Para mulheres que têm as trompas obstruídas ou homens que tenham uma baixa contagem de espermatozóides, a fertilização in vitro apesar de ser uma opção bastante viável, representa apenas 5 % dos tratamentos de infertilidade utilizados.

10. A crioconservação de oócitos só é útil para as mulheres que têm cancro

A crioconservação é uma opção a considerar por todas as mulheres que estejam preocupadas com as suas possibilidades futuras de concepção . Qualquer mulher que queira salvaguardar as suas hipóteses de algum dia poder engravidar, pode recorrer a este método para preservar os seus gâmetas e usá-los no futuro.

A Contracepção na Antiguidade

Desde os primórdios da sua existência, o ser humano tem tentado encontrar formas de evitar a gravidez e essa busca tem passado pelas mais impensáveis e inacreditáveis crenças.     As primeiras tentativas de contracepção historicamente registadas dizem respeito a danças, rituais, amuletos e mitos.

Na Antiga Grécia, foram utilizados produtos que eram ingeridos ou colocados à volta da vagina e incluíam sumo de limão, concentrados de mel e acácias, óleos de hortelã-pimenta e cedros, entre outros. Dado o carácter ácido de alguns dos produtos mencionados, é provável que alguns tenham proporcionado um certo grau de sucesso, embora não fossem inteiramente fiáveis.

O médico grego Soranus recomendou alguns métodos pouco otrodoxos para a prevenção da gravidez. Desses métodos incluem-se:

-Suster a respiração durante a relação sexual: Este acto iria supostamente bloquear o colo do útero, impedindo a passagem dos espermatozóides;

-Saltar sete vezes após a relação sexual: Pensava-se que desta forma seria possível “desviar” os espermatozóides do caminho em direcção ao útero

O aborto também foi sempre praticado. Os métodos eram geralmente cruéis e fatais. Para este fim, eram utilizadas ervas com propriedades específicas, como por exemplo a Emenagoga, conhecida como abortafaciente, que estimula o fluxo sanguíneo  no útero, podendo induzir uma menstruação. Também eram utilizadas ervas de oxitocina. Esta estimula contracções uterinas.

Mais tarde, na Roma Antiga, as mulheres começaram a usar alguns amuletos que se acreditava impedirem a gravidez. Utilizavam uma bolsa de pele que continha fígado de gato no pé esquerdo, durante a relação, cuspiam três vezes num sapo ou usavam colares em torno do pescoço que “afugentavam” a gravidez.

Em certas culturas, acreditava-se a lua era responsável pela fertilidade das plantações.

Deste modo, havia mulheres que dormiam fora de casa nos dias em que não havia luar, por forma a evitar a gravidez.

Um método frequentemente utilizado por todos os povos e em todas as épocas foi a amamentação prolongada. As pessoas aperceberam-se que este acto impedia, de algum modo a gravidez. Hoje em dia sabe-se que a amamentação pode, de facto, evitar a ovulação durante 5 meses após o parto.

A única forma 100% eficaz de não engravidar é a abstenção. É um método intemporal e não prejudicial. Isto é, se forem suficientemente fortes para domar a fúria das vossas paixões 😉