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MITOS & VERDADES

A ginecologista e especialista em reprodução humana Denise Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), comenta quais são os cuidados que a mulher deve ter desde a adolescência para garantir uma vida reprodutiva saudável.

– Tomar pílula anticoncepcional, mesmo por longos períodos, não interfere nas chances de uma futura gravidez.

– É necessário tratar todos os corrimentos, pois eles podem indicar inflamações pélvicas que inviabilizam a gravidez.

– Adolescentes devem usar preservativos durante toda a vida sexual. Algumas doenças são assintomáticas, mas podem provocar obstrução das tubas.

Abortos também diminuem as oportunidades de gestações, sobretudo pela grande exposição a infecções.

Entrevista a outra mãe…

Desta vez abordamos uma perspectiva diferente. A tentativa de anulação da fertilidade. Como, porquê? Esta mãe explica alguns dos motivos que a levaram a optar pelo uso contínuo de contraceptivos

1.Quando é que começou a usar métodos contraceptivos?

Seis meses após o nascimento da primeira filha. Assim que casei quis logo ter um filho por isso não tomava nada. Só depois do nascimento da filha é que decidi optar por um bom planeamento familiar.


2. Que método começou por utilizar?

O que era mais utilizado na minha altura e que me foi aconselhado pelo médico foi a pílula. Usei a pílula durante 5 anos, tendo mudado gradualmente a marca.

3. Teve resultados satisfatórios com a utilização da pílula?

Devido a uma utilização algo abusiva da pílula, houve efeitos secundários bastante negativos ( desregulação hormonal). Até hoje tenho problemas por causa disso, e é um problema que não tem cura. Esta foi a razão pela qual tive que optar por outro anticoncepcional. Mas de forma geral este método cumpriu a sua função.

4. Qual foi o anticoncepcional pelo qual optou depois da pílula?

O que estava disponível naquela altura era o DIU. Queria algo que não fosse de Natureza química, pois tinha tido uma péssima experiência com a pílula.


5. Ficou satisfeita com os resultados?

Nos primeiros anos sim, mas após algum tempo houve algum sangramento que causou preocupação e por isso decidi retirá-lo e voltei novamente a utilizar a pílula. Desta vez a sua utilização foi rigorosamente acompanhada por um médico, devido aos problemas de saúde anteriormente causados.


6. Uma vez que manifesta claramente o desejo de não conceber mais, porque não optou antes por um método definitvo, como por exemplo, a laqueação de trompas, ao invés de insistir em métodos que já causaram problemas?

Não optei por esse método porque, tratando-se de um procedimento cirúrgico, tive receio dos perigos que esse processo acarretava e não quis arriscar. Acho que era demasiado invasivo e dispendioso e pensei que não valia a pena mutilar o meu corpo.


7. Porque é que insiste tanto na utilização da pílula, mesmo depois dos problemas que lhe causou? Porque não arrisca utilizar outros métodos?

Estou muito habituada à pílula para mudar com a minha idade. Não conheço bem os outros métodos nem que efeitos têm e para dizer a verdade não tenho grande paciência para andar a mudar de contraceptivo.

8. Que motivos contribuiram para a sua feroz insistência em não conceber mais?

Bem, para já, como venho de uma grande família sempre decidi que quando fosse a minha vez de criar uma, esta seria o mais pequena possível. Para além disso passei por uma gravidez bastante desagradável e desde esse momento tomei a decisão definitva de não voltar a repetir a experiência. Apesar de gostar de ser mãe, é algo muito difícil, que não me é possível conjugar com o meu trabalho. Também existem motivos do âmbito económico, na medida em que criar um filho é um processo bastante dispendioso e não me posso dar ao luxo de ter mais filhos.

9. Sofreu algum tipo de ostracização da parte das suas amigas, que iam tendo cada vez mais filhos?

As minhas amigas e outros familiares sempre estranharam o facto de eu não querer ter mais filhos e insistiam sempre para que os tivesse, mas mantive-me sempre irredutível. Nunca senti qualquer tipo de afasamento da parte das outras pessoas, pelo simples facto de ter optado por não ter mais filhos. Gosto de brincar e cuidar dos filhos dos outros, mas não gostaria que fossem meus, pois bem sei das dificuldades pelas quais se passa.

10. Que aconselha às pessoas que iniciam agora a vida sexual e que procuram um bom método de planeamento familiar?

Antes de mais têm que ir ao médico para saber isso. Não cometam o mesmo erro que eu, que uma vez que comecei a usar a pílula nunca mais parei nem fui ao médico para fazer um controlo, o que resultou no meu problema.